Ilustre Escritor e Pesquisador Emílio Antunes (Ocupante da Cadeira 27)

            Formado em cinema no Rio de Janeiro, Emílio Antunes voltou a Barão de Melgaço, sua terra natal, preocupado em reforçar a pesquisa das lendas que marcam as comunidades que se formaram às margens do rio Cuiabá e sobre as origens do falar cuiabano

            O escritor Emílio Antunes representa o município de Barão de Melgaço. Como escritor e pesquisador fez um levantamento de “causos” que ocupam o imaginário de nosso povo, através dos anos. O Minhocão do Pari e o Peixe Fumante são exemplos de lendas que resistem ao tempo.

            Revelar e divulgar as estórias e lendas de Mato Grosso com um enfoque voltado para crianças e adolescentes são alguns dos objetivos das obras já lançadas pelo autor, como por exemplo, o livro “Lendas do Rio Cuiabá”, que retrata em linguagem coloquial os “causos” de sua infância e, como num roteiro simples e objetivo, vai delineando página a página, suas estórias e crenças escritas de forma sucinta.

            Uma ou duas páginas bastam para o escritor contar os relatos. Seguindo a nova tendência, ele se embrenha nos fatos de sua gente. Segundo Emílio Antunes, a principal finalidade de sua escrita é revelar algumas lendas e casos pitorescos, narrados pelos próprios ribeirinhos que residem às margens do rio Cuiabá.

            Emílio escreve de tal forma que o leitor vai encontrar contos do “arco da velha”, que substituíam o rádio, a televisão e outros meios de comunicação em meados do século. Dada a condição precária, o povo acabou encontrando uma fórmula ideal para ficar a par dos acontecimentos, explica Antunes: “Assim que a noite chegava, muitas famílias se reuniam para trocar idéias a respeito dos assuntos mais importantes, principalmente os problemas políticos. E como complemento, eles nunca se esqueciam das lendas e dos casos pitorescos”.

            Os livros já lançados pelo autor correspondem apenas a uma pequena parcela de toda a riqueza proporcionada pelo rio Cuiabá. Entre as crônicas “O peixe fumante”, um relato de antigos pescadores, é resumida em poucas linhas, onde se descreve as peripécias de um peixe encantado que causou furor entre os ribeirinhos pela sua esperteza. As estórias da região de Barão de Melgaço vão sendo contadas de forma simples como em “Vento do Taquaral”, o “Pai do Rio”, ou “O mal entendido”, e como não poderia deixar de ser, a lenda do “Minhocão do Pari” também entrou em uma de suas coletâneas.

            Emílio Antunes de Moura nasceu em Barão de Melgaço, é formado em cinema pela UFRJ e foi o responsável pelo curta “A sopa de Santo Antônio”. Participou como figurante da série Abolição (Rede Globo) Rio de Janeiro, em 1988, dirigido por Walter Avancini e do filme “A grande arte”, direção de Walter Salles, em 1989. Carnavalesco, fundou o bloco “Foliões do Arco Íris” em Barão de Melgaço (91).

            Ele já publicou vários livros, entre eles: Lendas do Rio Cuiabá (1ª versão, em 97), Mistérios do Pantanal, Barão de Melgaço no Tempo de Antes, entre outras obras, mais recentemente 'O romance de Siá Mariana e o Barão de Melgaço', em parceria. Sempre pesquisando, vivenciando a história, cultura e as raízes da língua pantaneira. Além destes, já está pronta uma série com um total de 25 livros. Todos relatam estórias escutadas durante a infância e fatos reais que ganharam notoriedade na imprensa.